sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

MANOEL FERREIRA NOBRE - NATAL




Manoel Ferreira Nobre, Tenente adjunto nasceu em Natal-RN, a 9 de abril de 1813, batizou-se em 21 de março de 1824 e faleceu em Papari, atual cidade de Nísia Floresta-RN, em 15 de agosto de 1897. Funcionário público, autor da “Breve Notícia sobre a Província do Rio Grande do Norte”, -primeiro resumo histórico do Estado. Foi o primeiro comandante do Corpo Policial, nomeado em junho de 1834, pelo então presidente da Província do Rio Grande do Norte, Basílio Quaresma Torreão (31/07/1833 a 01/05/1836) e exonerado em setembro de 1835
      Pouco ou nada se conhece da sua infância e adolescência. Descendente de tradicional família norte-riograndense, os Ferreiras Nobres, exerceu os cargos de vereador, deputado provincial, Oficial-Maior da Assembléia Legislativa Provincial, Capitão da Guarda Nacional, ajudante de ordens do Presidente Leão Veloso e encarregado da Biblioteca Provincial, no qual aposentou-se.

Em Breve Notícia Sobre a Província do Rio Grande do Norte, o capítulo VII é dedicado à cidade de Mossoró. Devemos aqui fazer um esclarecimento: quando de sua visita em 1861, Mossoró era Vila de Santa Luzia. Em 1877, quando publicou seu livro, Mossoró já era cidade, graças a Lei Provincial nº 620, de 9 de novembro de 1870.  Vejamos como era Mossoró na época:
Sobre os costumes:  "O povo se lança ao trabalho com uma atividade verdadeiramente pasmosa. Os rigores do tempo, a rudeza dos campos e a falta de braços não o fazem empecer.  As mulheres distinguem-se  por sentimentos sublimes, profundos e generosos. O luxo, esse cancro, companheiro fiel dos vícios, é completamente desconhecido da população de Mossoró".
Sobre o comércio: "  De dia em dia, vai fazendo progresso espantoso".  
Sobre a agricultura: "O território da cidade de Mossoró é fertilíssimo para todo o gênero de cultura".
Sobre a indústria:  "Um dos ramos de indústria de Mossoró consiste na preparação de queijos. A borracha de mangabeira se está colhendo há dois anos, em diversos pontos do território da cidade. É uma indústria que promete um   bom resultado. A fabricação de velas de cera, tiradas das carnaúbas, é um ramo da indústria que emprega uma grande parte da população, com muito proveito.
Sobre sal: "Seis léguas  ao nordeste da cidade, encontra-se   riquíssimas salinas de uma superfície de perto de 50 Km2, produzindo uma quantidade de sal superior, o mais  estimado dentro e fora da província. Calcula-se o sal fabricado em seis milhões de quilogramas, que, quase todos, são transportados para o centro no dorso de cavalos e burros, em comboios de até 200 animais".
Sobre a arquitetura da cidade: "Nas construções modernas, alguma coisa possui que honra a cidade. Já algumas ruas estão arborizadas".
Sobre jornal, Ferreira Nobre registrou: "Atualmente publica-se O Mossoroense, ignora-se a data do seu aparecimento. É político e consagra-se às questões locais. Publica-se uma vez por semana e a sua assinatura é de 6$000 por ano".
Sobre hospedaria: "Hotel, no largo da Matriz. Proprietários Valério & Medeiros. Ocupam dois vastos edifícios nos melhores pontos da cidade, tendo quartos mobilhados, salas de jantar etc. O tratamento é bom e variado o serviço de mesa".
Exportação: "Sal, courama, queijos, algodão, cera de carnaúba, grande quantidade de velas da mesma cera, chapéus de couro e esteiras de palha de carnaúba".
Manoel Ferreira Nobre é considerado o primeiro historiador do Rio Grande do Norte e as suas informações sobre Mossoró é de grande importância para estudiosos modernos, pela riqueza de detalhes contidos em seu livro. Morreu no ano de 1897, com  73 anos de idade.
FONTE – O MOSSOROENSE

LIVRO DE MANOEL FERREIRA NOBRE


Obra: Breve Notícia Sôbre a Provincia do Rio Grande do Norte, baseada nas leis, informações e fatos consignados na história antiga e moderna; 2ª edição, Editora Pongetti, 1971, Rio de Janeiro [GB], 1ª edição de 1877
A obra Breve notícia sobre a província do Rio Grande do Norte de Manoel Ferreira Nobre, é considerada a primeira história da província. O livro foi publicado, pela primeira vez, em 1877, pela Tipografia do Espírito Santense. De maneira geral, a obra trata das cidades e vilas do Rio Grande do Norte no período da província. Os temas trabalhados pelo autor são variados: limites, divisão administrativa, eclesiástica e judiciária da província; aspectos econômicos; forças militares; instrução pública etc. Manoel Ferreira Nobre reserva também um espaço específico para tratar sobre a biografia de alguns personagens históricos do Rio Grande do Norte. Nesse sentido, o objetivo do presente artigo é estabelecer uma análise historiográfica acerca da produção biográfica de Manoel Ferreira Nobre na referida obra, evidenciando de que maneira o autor construiu dadas narrativas para os personagens biografados por ele
FONTE – REVISTA BRASILEIRA DE HISTÒRIA & CIÊNCIAS SOCIAIS

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